sexta-feira, 19 de setembro de 2014

A reforma agrária é necessária para a superação da fome no Brasil


Por Valmir Assunção*

Dados das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) apontam que Brasil saiu do mapa da fome do mundo, graças à agricultura familiar. Segundo o relatório Estado da Insegurança Alimentar no Mundo e Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Brasil Um Retrato Multidimensional , de 2002 a 2013, caiu em 82% a população de brasileiros considerados em situação de subalimentação.

O relatório da FAO ressaltou que o acesso a alimentos melhorou significativamente em países que experimentaram progresso econômico. O acesso à comida também aumentou em países que têm formas de proteção social, incluídos os pobres no campo, segundo o estudo. Se pensarmos dentro do âmbito brasileiro, isso é um bom indicativo de que os programas de Governo, tais como o Programa de Aquisição de Alimentos e o Programa Nacional de Alimentação Escolar devem ser fortalecidos. Também é indicativo que políticas como o Luz para Todos e os créditos concedidos à reforma agrária – a exemplo do novo crédito concedido no último plano-safra – são fundamentais para o futuro do Brasil.

Esta notícia deve ser muito comemorada e talvez justamente por isso a grande mídia não tenha se dedicado a explorar esta conquista que é de todos os/as brasileiros/as. Mas, também temos que avançar mais! Neste sentido, a reforma agrária tem que estar em um horizonte próximo. Explico: cada vez que ampliamos o número de assentamentos e reduzimos a concentração de terras, estamos investindo na agricultura familiar e na produção de alimentos saudáveis.

A concentração fundiária significa a fome e a exclusão de mais de 3,8 milhões de camponeses de qualquer política pública estruturante. E se criamos o Brasil sem Miséria, além de outros programas sociais que visam a redução da pobreza, não há dúvidas que a reforma agrária se torna política imprescindível para a completa superação da fome da pobreza e na garantia da segurança alimentar e nutricional em nosso país. A FAO já deu a dica!

*Valmir Assunção é militante do MST-BA e deputado federal pelo PT.

Brasil sai do Mapa da Fome das Nações Unidas, segundo FAO

De 2002 a 2013, a população de brasileiros considerados em situação de subalimentação caiu em 82%

O Brasil saiu do Mapa Mundial da Fome em 2014, segundo relatório global da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), divulgado hoje (16) em Roma. De 2002 a 2013, caiu em 82% a população de brasileiros considerados em situação de subalimentação. 

O relatório mostra que o Indicador de Prevalência de Subalimentação, medida empregada pela FAO há 50 anos para dimensionar e acompanhar a fome em nível internacional, atingiu no Brasil nível menor que 5%, abaixo do qual a organização considera que um país superou o problema da fome. 
O Brasil é destaque no “Relatório de Insegurança Alimentar no Mundo” de 2014 por ter construído uma estratégia de combate à fome e ter reduzido de forma muito expressiva a desnutrição e subalimentação nos últimos anos. Segundo a FAO, contribuíram para este resultado:
  • Aumento da oferta de alimentos: em 10 anos, a disponibilidade de calorias para a população cresceu 10%;
  • Aumento da renda dos mais pobres com o crescimento real de 71,5% do salário mínimo e geração de 21 milhões de empregos;
  • Programa Bolsa Família: 14 milhões de famílias;
  • Merenda escolar: 43 milhões de crianças e jovens com refeições;
  • Governança, transparência e participação da sociedade, com a recriação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).
“Sair do Mapa da Fome é um fato histórico para o país”, comemora a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello. “A fome, que persistiu durante séculos no Brasil, deixou de ser um problema estrutural”, completa ela. 
De acordo com a ministra, atualmente a fome é um fenômeno isolado, existe ainda em pequenos grupos específicos que são objeto de Busca Ativa. “Continuaremos trabalhando com a Busca Ativa enquanto houver um brasileiro com fome”, destaca a ministra. 
Segundo Campello, com base nos dados da FAO, “chegamos a um percentual de 1,7% de subalimentados no Brasil. Isso significa que 98,3% da população brasileira tem acesso a alimentos e tem segurança alimentar”, destaca. “É uma grande vitória.”
O “Relatório Brasil”, publicação da FAO/Brasil, é revelador deste novo momento do país e da importância da estratégia brasileira, salienta a ministra. O relatório é denominado “O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Brasil, um retrato multidimensional” - o oposto do título do relatório mundial.

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

terça-feira, 5 de agosto de 2014

SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL NO DISTRITO FEDERAL


**Cleberson Carneiro Zavaski – Engenheiro Agrônomo, Esp. Educação, Meio Ambiente e Desenvolvimento – Coordenador de Compensação de Reserva Legal/ICMBIO/MMA.
**Maria Sílvia Rossi – Eng. Agrônoma, PhD, Subsecretária de Políticas Ambientais/SEMARH/GDF

“O DF vai se transformar em um grande parque, como idealizou o urbanista Lucio Costa”, afirmou o governador Agnelo Queiroz durante reunião na Cúpula Mundial dos Estados e Regiões, ocorrida na Conferência Rio+20. 

Em um contexto histórico de expansão metropolitana, segregação socioespacial e disputas políticas do uso e ocupação da terra, existe inegavelmente uma percepção social que o sistema ecológico do Distrito Federal, em sua totalidade, é bastante frágil. É um indicador a quantidade de Unidades de Conservação federais e distritais que cobrem o território, muito maior, em termos relativos, que qualquer outra metrópole ou Estado brasileiros, devido as características e limitações físico-ambientais aliadas ao padrão de ocupação humana.
Além de recepcionar a Capital Federal – com uma proposta de ocupação de baixa densidade urbana em sua proposta original -  a localização do Distrito Federal no Planalto Central brasileiro torna imperiosa uma gestão qualificada e responsável do seu Capital Natural, particularmente dos seus recursos hídricos, posto que aqui nascem bacias hidrográficas nacionais, tais como São Francisco (que se expande para o Nordeste brasileiro), Paraná/Prata (que se dirige à região Sul do país) e Araguaia-Tocantins (que alimenta a região Centro Oeste e parte do Norte). Ademais, face às características do Bioma Cerrado, segundo maior bioma brasileiro (22% do território nacional), maior em ritmo de desmatamento e o segundo bioma que mais sofreu alteração com a ocupação humana (MMA, 2014 -site), os rios do Cerrado são de baixa vazão, com relativamente baixa capacidade de diluição de esgotos e efluentes que, ademais, tem seu volume severamente comprometido durante a estação das Secas, a qual ocupa cerca de metade do ano.  Posto que a questão dos recursos hídricos é da maior importância no Bioma Cerrado e no Distrito Federal, um conjunto de esforços foi empreendido pela área ambiental no Governo Agnelo tanto para construir e consolidar o sistema de gerenciamento dos recursos hídricos, fortalecer a cabeça do sistema (Conselho de Recursos Hídricos) bem como as instituições participantes, construir e implementar o planejamento distrital das águas no DF e paulatinamente fazer este tema ser incorporado aos demais planejamentos setoriais, particularmente na agenda de desenvolvimento urbano (à exemplo das discussões de níveis de impermeabilização do solo e seus impactos na drenagem pluvial urbana - no Plano de Preservação do Conjunto Urbano Tombado (PPCUB), e na Lei de Uso do Solo (LUOS).
A construção e implantação de um sistema de gestão de resíduos sólidos é outra questão essencial para a promoção da sustentabilidade do DF. Coerente com o previsto no Plano de Governo, o poder público distrital dá resposta à dívida de mais de 30 anos do Estado para com a população com relação a este tema. Mais do que o fechamento do lixão, a instituição de um sistema de gestão dos resíduos no DF e sua implantação foram objeto de um importante esforço, inclusive com a criação da uma subsecretaria específica na Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hidricos - SEMARH e articulação dos entes do sistema em implantação. 
No DF, a despeito das tentativas de organização e controle do incremento populacional, o crescimento urbano acontece historicamente a passos largos, fortemente motivada por movimento migratório e integração com os municípios de Entorno, com fortíssimos impactos ambientais. Cerca de 80% dos empregos formais do DF estão localizados no Plano Piloto (GDF, 2012 – publicação ZEE-DF), sem nenhuma alternativa econômica de fôlego nos municípios circunvizinhos, alimentando a perversidade de um movimento pendular, reforçado pela concentração da oferta de serviços essenciais como saúde, e face à ausência de política de mobilidade urbana clara, e à grave situação enfrentada pela população dos municípios da Rede Integrada de Desenvolvimento Econômico - RIDE. A tendência de espraiamento do tecido urbano já detectada pela literatura em outras metrópoles brasileiras, acontece no DF com alguns diferenciais: (i) essa periferia não é homogeneamente precária, apresentando uma dupla tendência de dispersão urbana, tanto das classes media e alta como das classes populares, e (ii) esta acontece na consolidação de tecidos urbanos únicos (conurbação em curso) embora localizados em duas unidades da federação (DF e GO), na contramão do que as melhores práticas urbanas recomendam, trazendo complexidade impar e impondo importantes desafios de articulação política, planejamento, gestão e sincronia de execução entre diferentes governos estaduais e destes com os poderes públicos municipais. Parte da equação de solução está, sem dúvidas, em um maior compromisso do governo federal no enfrentamento desta questão, à exemplo do Ministério da Integração (responsável pela gestão da Região Integrada de Desenvolvimento Econômico - RIDE), Ministério do Meio Ambiente (gestor formal do Zoneamento Ecológico e Econômico - ZEE/RIDE), entre outros. Os esforços federais, advindos da Presidência da República sinalizaram, a importância do trato desta região diferenciada, postos por exemplo, os altos índices de violência em alguns municípios circunvizinhos, a sobrecarga da infraestrutura do DF e a conurbação em curso. No entanto há dificuldades de articulação entre diferentes Estados, nem sempre integrantes da mesma base partidária. Ademais, foi sentida a ausência destes ministérios em 2012, para alinhamento das ações.

I.              Da recriação da SEMARH e dos desafios para integrar os sistemas de meio ambiente e recursos hídricos no DF
O Governo Agnelo iniciou-se em 2011 com importante decisão para a área ambiental – a recriação da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Distrito Federal (Decreto Distrital 32.176/2011), tendo cinco instituições vinculadas: o Instituto Brasília Ambiental (IBRAM) – órgão executor da política distrital de meio ambiente e recursos hídricos, o qual responde pelas áreas protegidas, monitoramento e qualidade ambiental, licenciamento ambiental e fiscalização, a Agencia Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (ADASA) – órgão de Estado para regulação e fiscalização da atividade das concessionárias de serviços públicos no DF, incluindo-se água, esgoto, energia e resíduos sólidos; o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) – órgão responsável pela gestão dos resíduos sólidos, varrições e demais atividades de limpeza urbana; o Jardim Botânico - uma estação ecológica com área total de 5 mil hectares, sendo 500 ha para visitação e 4.500 ha destinados à pesquisa e preservação, abriga uma estação de tratamento de águas e abastece cerca de 25% das demandas de água da região do Lago Sul; e o Jardim Zoológico, atualmente o parque de maior visitação no DF, que sofreu grande reestruturação em 2013.
A recriação da SEMARH e sua estruturação constam do Programa de Governo Agnelo. No arranjo político partidário da base de apoio do governo, à frente da SEMARH esteve o Partido Verde, em composição com o PT para montagem do primeiro escalão da Secretaria. E esta foi, inequivocamente, uma decisão fundamental posto o longo período em que o meio ambiente esteve circunscrito e subordinado à lógica do planejamento e expansão urbanos. O governo deu sinal verde para romper com esta lógica restritiva e, em grande medida, utilitarista e desenvolver os aspectos inerentes ao planejamento e gestão do Capital Natural, nas suas mais diversas dimensões, muito alem da dimensão lúdica a que esteve circunscrito.  
À SEMARH coube o grande desafio de estruturar-se, ainda que minimamente, para realizar sua missão de planejamento setorial, coordenação dos sistemas ambiental e de recursos hídricos na presidência dos Conselhos; a reconstrução destes Fóruns de decisão, o aprofundamento das discussões sobre soluções aos principais desafios para a sustentabilidade ambiental da Capital Federal, incluindo-se a Política de Gerenciamento Integrado dos Recursos Hídricos, a política de Resíduos Sólidos e os Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, a promoção do aperfeiçoamento do licenciamento ambiental, incluindo-se a simplificação quando possível e necessário, a definição de política de qualidade do ar, entre outros.
Em síntese, o desafio da legitimação de sua existência e o estabelecimento de um dialogo trans setorial, para dentro do governo e da sociedade civil, para que o meio ambiente supere a agenda setorial rasa e lúdica e passe a integrar a agenda central de governo, conforme o proposto no Programa de Governo:
Eixo I: Desenvolvimento Econômico –
Incorporar a dimensão ambiental nos processos de planejamento governamentais e nas políticas públicas de uso do solo e ocupação territorial”(item I.4.2).
Eixo III: Infraestrutura e Ocupação Territorial –
Promover a política ambiental urbana, baseada nos dois instrumentos citados ZEE e PDOT, centrada em orientação da ocupação, uso dos espaços urbanos, dentro do princípio da justiça ambiental e proteção das áreas verdes existentes e regulação do uso adequado pela população” (item III.3.2).
Estabelecer um Plano de Ação conjunto e colegiado entre órgãos do GDF que tenham interface com o saneamento básico ambiental” (item III.5.1).
Intensificar a fiscalização para proteger os mananciais e garantir a gestão adequada dos resíduos sólidos e desenvolver amplo programa de combate aos alagamentos provocados pelas águas pluviais abrangendo todas as cidades do DF” (item III.5.10).
O desafio de reposicionamento político estratégico da questão ambiental – agora com uma Secretaria de Estado - ainda é indubitavelmente um desafio atual no Governo Agnelo, posta a grande resistência presentes nos setores de governo – inclusive do PT – a um papel mais protagonista da área ambiental. Parte desta resistência parece advir da falta de acomodação com abordagens historicamente superadas posta a falta de cultura de estudos para identificação e análise de casos de sucesso em função do desconhecimento deste casos no Brasil e no mundo, empobrecendo as possibilidades de planejamento e gestão territoriais em sua plenitude. Um das consequencias é a dificuldade de compreensão de conceitos básicos relativos à capacidade de suporte, sustentabilidade, potencial econômico de negócio relacionados à preservação e exploração racional dos recursos naturais, entre outros. Outra parte da resistência advém simplesmente da acirrada disputa de poder dentro e entre os partidos da ampla base política aliada.
Apesar das importantes dificuldades orçamentárias e financeiras a que o DF esteve passando nestes últimos 3 anos, a SEMARH estruturou-se minimamente. No entanto, a aposta por uma estrutura muito enxuta de cargos revelou-se tímida, insuficiente e inadequada para a amplitude do desafio: a cessão de mais de cem servidores para o IBRAM fez-se para priorizar a execução das políticas territoriais ambientais em relação ao planejamento e gestão, enquanto a excessiva nomeações de cargos de confiança sem formação na área ambiental, na maioria das vezes ocorridos sem consulta/diálogo ou conhecimento da SEMARH, gerou em diversos momentos, paralisia e inércia tanto no órgão formulador quanto nas vinculadas em maior ou menor nível. Isto revelou, de outro modo, a dificuldade de compreender a área ambiental como área que requer quadros técnicos robustos à luz dos desafios do século XXI. Desta forma, atingiu-se apenas parcialmente o objetivo III.3.7 do Programa:
Adequar os organismos distritais específicos da política ambiental: reformular e equipar a adequadamente a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, com capacidade plena para o exercício pleno de sua missão”.

II.            Dos avanços da área ambiental no Governo Agnelo
Apesar disto, importantes e louváveis avanços foram efetivados nesta gestão, aprofundando o Programa de Governo. Podemos citar exemplos, alguns dos quais foram marcados por inovações que, pouco a pouco, constituem exemplos para outras unidades da federação e para nosso País.
o   2.1 - A reconstrução dos fóruns democráticos de decisão – papel dos Conselhos Ambientais
Elencamos anteriormente algumas passagens do Programa de Governo indicando claramente prioridades para a área ambiental. Embora não citada no Programa, mas particularmente importante está a reconstrução dos Conselhos. Esta foi a primeira prioridade da SEMARH, em meio à sua própria estruturação, inequivocamente posicionados como “cabeças dos sistemas” ambiental e de recursos hídricos (Figura 1).
O compromisso para com os Conselhos Ambientais é um compromisso central na agenda ambiental e dos governos petistas. Deste feito, o CONAM foi reconstruído no primeiro semestre de 2011. O Conselho de Meio Ambiente do DF tem, entre as suas inúmeras atribuições, a anuência para o licenciamento ambiental de empreendimentos de alto impacto ambiental. Entre estes está, sem sombra de dúvidas, o parcelamento de terras e as obras de infraestrutura no DF. Apesar do fortalecimento do CONAM-DF, neste governo, inclusive no contexto das urgências de obras de cidades sede da Copa do Mundo, a definição de Resoluções que balizem questões fundamentais e estratégicas ambientais ainda não se firmaram como uma atividade prioritária do Conselho. No entanto, algumas Resoluções que merecem destaque são as Diretrizes para implementação do sistema de gestão de Resíduos Sólidos e Ausência/Licenciamento simplificado de 16 (dezesseis) tipos de atividades agrossilvipastoris. Esta última requereu um intenso trabalho de articulação da SEMARH, SEAGRI, IBRAM e EMATER junto a BRB, Ministério Público e comunidade para simplificar os procedimentos de licenciamento ambiental e trazer para a legalidade a situação das atividades econômicas da Agricultura Familiar, permitindo assim a liberação dos recursos do PRONAF, até então 100% represados, isto ocorreu somente no segundo ano de governo.
Por outro lado, o Conselho de Recursos Hídricos foi reconstruído no segundo semestre de 2011, já com agenda urgente de finalização da construção do Plano de Gerenciamento dos Recursos Hídricos do DF – PGIRH/DF. Sua aprovação em 2012 por unanimidade pelo Conselho e a início de implementação 2013, colocou o DF em um novo patamar de gestão, segundo a Agência Nacional de Águas - ANA, posto a existência de um plano distrital norteador das ações de Estado para as águas.

o   2.2 - A efetiva implementação da Compensação Ambiental e Florestal
A compensação foi implementada no DF como sistema de financiamento de infraestrutura ambiental, cujas boas práticas em curso no GDF foram citadas pelo TCU como referência em seu relatório de auditoria face ao pedido do Senado Federal para auditoria da Compensação Ambiental Federal em 20131. Destacam-se a requerida planilha com detalhamento de todos os investimentos inerentes à implantação do empreendimento, desde o planejamento até a efetiva operação; determina com clareza a forma e a responsabilidade para o cálculo do Valor de Referência –

1             TCU TC014.293/2012-9 – Avaliação operacional sobre a aplicação e fiscalização dos recursos de Compensação Ambiental, criada pela Lei 9.985/2000, destacando a aplicação dos valores dos últimos dez anos e avaliando a eficiência e a eficácia dos programas de governo por eles assistidos” – autoria do Senador Rodrigo Rollemberg/Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (SMA)/Senado Federal.

incluindo-se sanções administrativas, civis e penais para o Responsável Técnico, por eventual falsidade de informações; prevê também  a cobrança judicial da compensação ambiental não arrecadada, considerando o termo de compromisso como titulo executivo extrajudicial cabível portanto de ser executado judicialmente.
De fato, a compensação ambiental e florestal constituem ferramentas do licenciamento ambiental para assegurar a contrapartida paga pelo empreendedor nos casos de significativos impactos ambientais, seja na implantação de empreendimentos seja na supressão de vegetação (indivíduos arbóreos). No DF, estes instrumentos federais, estão previstos na Leis distritais Complementares, decretos e Instruções Normativas do IBRAM. Cabe ressaltar que dentre as diversas possibilidades da Compensação ambiental está primeiro, a regularização fundiária.
A Compensação tem por base o princípio do usuário-pagador e poluidor-pagador – bastante presente nos trabalhos em recursos hídricos – e neste caso, mandatoriamente orientadas para implantação de Parques e Unidades de Conservação no DF, além da gestão e manutenção dos existentes. É uma maneira muito efetiva de internalizar os custos ambientais causados pela implantação dos empreendimentos nos custos do próprio empreendimento.
Alguns avanços já tinham sido obtidos na compreensão do alcance destas ferramentas até 2010, mas foi no Governo Agnelo que esta questão foi priorizada, motivada inclusive pelo orçamento ínfimo de que a SEMARH e a área ambiental dispunham.
Este Governo tem o grande mérito de ter implantado a cultura de cobrança das compensações durante o processo de licenciamento ambiental.

o   2.3 - A gestão das áreas protegidas – UCs e o Programa Brasília Cidade Parque
As soluções implantadas passo a passo, buscaram superar a gravíssima situação no início do Governo: a falta de regularização fundiária, localização/dimensões/limites indefinidos, Conselhos Consultivos inativos ou inexistentes, sem regimento interno, requerendo reenquadramento, recategorização, sem planos de manejo e planos de ação. Esta fragilidade os tornaram historicamente  “vazios urbanos”, opção preferencial para instalação de equipamentos públicos. 10,14% dos parques estão relacionados a problemas judiciais tais como Ações de Inconstitucionalidade (ADIN). Grande parte dos parques sofrem ocupações urbanas ou rurais irregulares, depósitos clandestinos de entulhos. Ademais, 21,7% foram criados dentro de PDL e Projetos urbanísticos; 8,7% com poligonal e coordenadas UTM em legislação posterior a criação; 14,5% com poligonal e coordenadas UTM na legislação de criação ou seja, somente 30,43% tem área definida na legislação de criação ou depois. Historicamente além do grave problema da especulação imobiliária e da ocupação ilegal e irregular, deixou-se de lançar mão do conceito de qualidade urbana, considerando qualidade de vida, e para isto, esqueceu-se da importância da qualidade ambiental nos ambientes urbanos. No entanto, a qualidade ambiental nestes ambientes é de fundamental importância, e por isto, este governo priorizou a retomada do conceito de cidade-parque, buscando construir os elementos necessários a sua viabilização, posto o pífio orçamento da pasta ambiental face aos desafios. E os resultados já se mostram expressivos, em todas as regiões do DF, a partir da utilização efetiva e em escala de recursos advindos da Compensação.
Já na gestão das Unidades de Conservação, os desafios permanecem importantes.
O Distrito Federal possui 72 Parques Distritais 3 Áreas de Proteção Ambiental (APA) distritais e 1 APA federal além de 19 outras unidades de conservação de categorias proteção integral e uso sustentável, administradas pelo GDF e 6 Unidades de Conservação Federais administradas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Tal contingente de áreas protegidas somam da ordem de 85% de seu território.
A histórica necessidade em proteger o território advém de dois eixos de preocupação, particularmente do Governo Federal: (i) proteção aos ativos ambientais, neste território com níveis importantes de sensibilidade ambiental – fauna, relevo, paisagens, com destaque aos recursos hídricos – à exemplo do Parque Nacional de Brasília (cuja barragem de Santa Maria provê cerca de 23% da água potável do DF), das APAs (que cohabitam e devem promover o desenvolvimento) do Descoberto (cusa barragem do Descoberto prove 65% de todo abastecimento de água potável do DF), do Planalto Central e das Reservas Biológicas, entre outras e (ii) manutenção da Capital Federal com uma garantia mínima de sustentabilidade ambiental, posta a agressiva grilagem de terras e especulação imobiliária, ausência de licenciamento ambiental, em especial nos parcelamento de solo urbano para fins de moradia, sem qualquer infraestrutura (porque desvinculado do licenciamento ambiental). Esta estratégia resultou em transferência do licenciamento ambiental para o âmbito federal consolidando uma situação impar no país onde uma superintendência do IBAMA (e não o IBAMA sede) respondeu por diversos anos pelo licenciamento e fiscalização – e não o DF. Embora acirrando tensões, esta estratégia tornou visível o papel do licenciamento ambiental e garantiu a minoração de pressões políticas para a liberação de licenças, mas não suficiente para conter a grande proporção de ocupações e uso irregular e ilegal do solo.
De maneira geral, a difícil articulação inter-setorial no governo levou a algumas tensões, notadamente a visão de gestão dos parques pela localidade e não pela missão destas unidades. De fato, por diversas vezes, tentou-se argumentar que cada vez que estas unidades estivessem em área urbana,  estes deveriam ser caracterizados como urbanos, e em conseqüência, a gestão recairia na pasta do desenvolvimento urbano – sem considerar a missão vivencial, prevista na legislação federal (SNUC), sob gestão do órgão executor da política distrital de meio ambiente.
Ademais as dificuldades de governo, os desafios importantes relativos aos níveis de co-responsabilidade dos governos distrital e federal, particularmente no que tange às Unidades de Conservação. Um exemplo foi a questão do Lixão, vizinho do Parque Nacional de Brasilia que é o maior parque urbano do mundo com mais de 42.000 hectares, com a grave problemática da movimentação da pluma subterrânea e o descumprimento da zona tampão da unidade de conservação federal. Esta questão está sendo enfrentada e espera-se que em 2014 consiga-se trabalhar os autos de infração por poluição com o compromisso de reversão destes valores para a mineração de uma faixa piloto prioritária vizinha ao PNB, em discussão entre GDF e ICMBio.

o   2.4 - A desafiadora Política de Resíduos Sólidos para o DF*
-       * Agradecimento especial ao Paulo Celso dos Reis, colega Subsecretário de Resíduos Sólidos/ SEMARH/GDF, Professor da Universidade de Brasília, e especialista em Resíduos Sólidos e Segurança no Trabalho.
A proposição, pela área ambiental, de um sistema de gestão integrada dos resíduos sólidos, apresentando os elementos da infraestrutura necessários e suficientes para o funcionamento do sistema bem como os passos necessários à sua consecução, resumidamente ilustrado na figura abaixo. A proposta foi exaustivamente discutida ao nível do governo, de conselhos distritais, de interlocutores federais (Governo Federal, MMA, BNDES,  M.Cidades, entre outros), bem como com a sociedade civil brasiliense. O Governo, então, priorizou um primeiro passo com a implantação da infraestrutura mínima que inclui um aterro sanitário (área destinada para disposição final de resíduos domiciliares - com capacidade de 8 milhões de toneladas e vida útil prevista de 15 anos), 8 ATTRs (áreas para recepção, triagem e reciclagem de resíduos da construção civil), 12 Unidades de Triagem (áreas para recepção, triagem e comercialização de resíduos recicláveis – plástico, papel, metal, entre outros – para as Cooperativas de Catadores), 120 ecopontos (para entrega voluntária) e a implantação da Coleta Seletiva em todo DF, com a entrega da fração seca para as cooperativas de catadores e pagamento pelo serviço prestado. 
Parte-se de uma geração atual de 3.000 toneladas/dia de resíduos sólidos urbanos (1 milhão de toneladas de resíduos/ano), majoritariamente de resíduos da Construção Civil .

A proposta apresenta alguns pressupostos essenciais: reequipar não apenas o Distrito Federal, mas os municípios da RIDE para que possam atender aos princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos assegurando potencializar (i) a Redução, Reutilização e Reciclagem dos resíduos sólidos – afastando-se da cultura de descarte e promovendo nova cultura e novos mercados advindos dos princípios previstos na PNRS; (ii) a inclusão social dos catadores de materiais recicláveis – isto é, o processo só tem sustentabilidade com soluções que articulem a problemática ambiental à inclusão social (também prioridade do Governo Federal) e a alternativas econômicas; (iii) a compostagem e valorização energética dos resíduos – afastando-se do conceito de lixo e exercitando o conceito de insumo, valor econômico e novos mercados, (iv) a disposição final em aterros sanitários como último recurso – assegurando portanto o fechamento do lixão, o licenciamento, licitação e implantação de um aterro sanitário (Samambaia), existência de outros equipamentos públicos capazes de assegurar alternativas para que a disposição final seja um último recurso, o que aumentará significativamente a vida útil do aterro. O potencial de mercado foi estudado, por tipologia de instalação/serviço, totalizando da ordem de 475 milhões de reais anuais, incluindo-se o aproveitamento da fração orgânica, dos gases e da fração sólida.
É muito importante ressaltar que o fechamento do lixão, também neste governo, representa sanar uma dívida de 30 anos do Estado para com a sociedade.
A implantação da infraestrutura que tem revelado fragilidades que precisam ser endereçadas e corrigidas sempre que possível para o aprimoramento da capacidade de gestão do processo pelo Governo. Assim, por exemplo, temos que para um único aterro sanitário, optou-se por fazer cinco licitações. A última licitação diz respeito à operação por apenas 5 dos 15 anos de vida útil deste aterro com capacidade total de 8 milhões de toneladas. Há inequivocamente alguns riscos associados a esta decisão, particularmente em quanto deixa de ser atrativo uma gestão por período de apenas cinco anos, curto para retorno financeiro em face de implementação de melhorias tecnológicas por exemplo. Adicionalmente, como a cobrança será feita por tonelada entregue, caso o Governo não seja capaz de efetivar adequadamente a coleta seletiva, e principalmente de gerenciar os dias de coleta, há riscos de competição entre veículos da coleta seletiva e da coleta tradicional, para aumento dos volumes entregues no aterro, posto que fez-se opção por dois sistemas sem que haja regras e garantias para impedir canibalizações. As campanhas de educação ambiental e demais movimentações para sensibilizar a população e propor sua aderência à coleta seletiva ainda não foram iniciados, apesar da licitação para operação já estar acontecendo. Desta forma, o Governo terá que demonstrar autoridade política e técnica na implantação deste sistema, com articulação de seus componentes para que possamos de fato evitar, por exemplo, o comprometimento de 5/8 da capacidade total de disposição final em apenas 1/3 do tempo planejado. Um segundo passo será a qualificação da infraestrutura e dos meios de controle do sistema de gestão, com o monitoramento dos fluxos, trajetos e volumes em sistema, com a instituição de uma Sala de Controle ou Monitoramento, com os técnicos com perfil adequado e instrumentos informatizados.

o   2.5 - O Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE/DF – com finalização prevista para 2014).
O ZEE é um instrumento de planejamento e gestão da Política Nacional de Meio Ambiente (lei federal), regulamentada em decreto federal e retomada na lei federal que institui o Código Florestal, tornando-a mandatória para todas a Unidades da Federação e dando prazo para sua execução. Esclarece-se que o ZEE (Zoneamento Ecologico Economico) deve acontecer antes do PDOT (Plano Diretor de Ordenamento territorial), que é um desdobramento detalhado das vocações previstas no primeiro instrumento. Posta a inexistência de ZEE e históricas revisões do PDOT no DF, embora o instrumento esteja previsto na Lei Orgânica do DF, este é objeto de denso Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre GDF e MPDFT e foi previsto no Programa de Governo de Agnelo. Iniciou-se, portanto, o governo com um processo complicado de gestão de contrato GDF-Banco Mundial muitíssimo atrasado, com uma lógica ainda restritiva em relação ao meio ambiente além de não priorizar a questão econômica do DF. Apesar das resistências, no 2o semestre de 2011, institucionalizou-se a SEMARH na coordenação, com a SEDHAB (que absorveu a extinta SEDUMA, coordenadora do processo até então), e incorporou-se a SDE (Secretaria de Desenvolvimento Economico). Até o final de 2012, conseguiu-se recuperar parte do tempo perdido: finalizou-se o diagnóstico, fez-se um conjunto de reuniões públicas em 3 conselhos distritais e uma Audiência pública – inédita no pais – para este diagnóstico.  Avançou-se no prognóstico, com a formulação da primeira proposta, ainda preliminar, de zoneamento, compatível com o exíguo prazo previsto no contrato já atrasado. No entanto, apesar dos importantes avanços na abordagem ecológica com introdução inédita de gestão de riscos ambientais (riscos de perda de solo, de perda de recarga de aqüíferos, de perda de remanescente de Cerrado e risco integrado), a análise econômica não foi realizada a contento, razão pela qual, institui-se uma etapa 2, pós contrato, com sete grupos de trabalho dos mais diversos entes do GDF e representantes federais, sob coordenação conjunta da SEMARH e Companhia de Planejamento - CODEPLAN/GDF.
Os esforços e as inovações tem sido reconhecidas pelo MMA, gestor formal do Programa ZEE-Brasil. O objetivo distrital é finalizar até 2014 uma peça única de governo, discutida em conselhos e legitimada por consultas públicas, para o encaminhamento posterior ao legislativo distrital.
Grandes desafios estão sendo enfrentados, para a articulação transdisciplinar no âmbito do governo, com dificuldades de dialogo e algumas dificuldades localizadas para adesão à formulação deste instrumento de planejamento e gestão do DF. Sabemos que o difícil exercício de formulação tem trazido desafios próprios de um macro instrumento de planejamento trans-setorial. Particularmente neste caso, onde indubitavelmente a importância do ZEE/DF está na proposição de vocações e no poder de alinhamento das políticas setoriais, a começar pelo Plano Diretor de Ordenamento Territorial, historicamente promotor não da totalidade dos espaços do DF mas comprometido com a agenda urbana do DF.

o   2.6 - O Plano de Gerenciamento Integrado dos Recursos Hídricos (PGIRH/DF) e seus desdobramentos
Segundo a Agência Nacional de Águas, a institucionalização do PGIRH colocou o DF no patamar superior das Unidades da Federação, ao definirem um planejamento estadual para gestão de suas águas. O PGIRH foi aprovado em 2012 pelo Conselho de Recursos Hídricos, a partir dos estudos financiados pelo GDF-Banco Mundial, que envolveu fortemente as instituições dos sistema de recursos hídricos do DF, notadamente a Adasa, Caesb, Ibram e a própria SEMARH, na presidência do Conselho. O Plano esta disponível no site (www.adasa.df.gov.br).
a.    Enquadramento de Água Superficial
Este define as metas de qualidade das águas do DF para os próximos 20 anos. A discussão, iniciada pela presidência do CRH no início de 2013 junto aos entes do sistema, partiu do compromisso com o processo democrático, que privilegiou o envolvimento dos Comitês de Bacias Hidrográficas. Estes aprofundaram o tema em seus coletivos, realizaram audiência pública conjunta em 2013 e aportaram recomendações do enquadramento trecho a trecho dos rios do DF. O CRH re-internalizou a discussão e está em curso a construção da peça documental completa e inovadora. Este processo resultará em aprovação em 2014 pelo Conselho de Recursos Hídricos, trazendo de maneira inédita no país, claras regras de transição para sua implementação, indicando prazos, metas e responsabilidades institucionais para o monitoramento e fiscalização. Este passo é fundamental para avançarmos na consolidação do sistema, e balizará as próximas discussões como a cobrança pelo uso da água, inclusive nas Bacias Nacionais que passam pelo DF.

III.           Conclusão – desafios de Governo às questões ambientais no DF:
Inegavelmente, o governo Agnelo trouxe oportunidades importantes, em que pese a estruturação ainda insuficiente da pasta de meio ambiente e de suas vinculadas, a insuficiência de quadros técnicos, a agenda de urgências advindas de ambos os governos anteriores dificultando a dimensão do planejamento, aliada à falta de compromisso efetivo com os procedimentos básicos ambientais e o mais difícil, superar a resistência do conjunto do governo para uma maior vontade política de incorporar o meio ambiente no central do planejamento e gestão do poder público distrital.
O processo de consolidação do sistema de meio ambiente e de recursos hídricos avança no planejamento territorial, nos recursos hídricos, na gestão dos resíduos sólidos e na qualificação dos espaços ambientais urbanos e UCs. Assim, no balanço deste governo, em que pese a histórica dinâmica territorial pautada pela especulação imobiliária, há o mérito da recriação da pasta de Meio Ambiente e um conjunto de realizações importantes para o presente e o futuro do Distrito Federal – trata-se, sem dúvida, de legado. O governo Agnelo sinalizou politicamente espaço para o meio ambiente, abrindo uma janela de possibilidades dentro das dificuldades existentes, que a área ambiental soube aproveitar, traçando um caminho ainda que timidamente, o qual – sem sombra de dúvidas - precisa ser perseguido, desenvolvido e aprofundado para que se construa de maneira muito prática um futuro sustentável para o DF.

À frente temos a urgência em perseverarmos em 3 focos: (i) reconhecer, internalizar e reposicionar a importância do meio ambiente; (ii) assumir e priorizar o planejamento estratégico, incorporando a questão ambiental com efetividade e para mais além do quadrilátero; e (iii)  superar a gestão setorial ambiental rumo à gestão integrada de meio ambiente na Capital Federal, estabelecendo de vez as bases para a Sustentabilidade. A luta continua.